Crítica: Gen V – 1ª Temporada

Gen V, EUA, 2023



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★★★★☆


Quem esperava que Gen V seria apenas uma série derivativa e inteiramente dependente do sucesso de The Boys foi surpreendido com uma trama interessante por si própria, e não por fazer parte de um universo compartilhado. Apesar de fazer um ótimo uso desse universo e expandi-lo de maneira bem interessante, o spin-off se destaca mesmo é por contar uma história que em muito lembra os temas abordados nas tramas dos mutantes da Marvel, podendo ser considerada uma das melhores adaptações dos X-Men lançadas nas últimas décadas.

gen v 2Parte da novidade aqui é a mistura entre X-Men e a violência gore típica de The Boys. Sem as amarras de uma produção feita para o público infanto-juvenil, a trama não apenas mostra as terríveis implicações de se ter adolescentes e pré-adolescentes descobrindo seus super-poderes, mas também as consequências psicológicas dos traumas causados por essas descobertas. Mais que isso, ao ambientar a história em uma universidade, a produção também pode mostrar jovens adultos com superpoderes tomando decisões extremamente questionáveis enquanto ainda estão em uma fase de amadurecimento.

Assim como nas histórias dos mutantes, Gen V precisa de um bom time principal para realmente cativar o espectador. A narrativa é contada principalmente sob o ponto de vista de Marie Moreau (Jaz Sinclair), uma novata na Godolkin University. A ela se juntam Jordan Li (London Thor/Derek Luh), Emma Meyer (Lizze Broadway), Andre Anderson (Chance Perdomo), Cate Dunlap (Maddie Phillips), Sam Riordan (Asa Germann) e Luke Riordan/Golden Boy (Patrick Schwarzenegger).

Cada um deles sofre com seus próprios dramas, especialmente aqueles causados pelas descobertas de seus poderes. Esses jovens precisam então se adaptar a essa satírica realidade, na qual os super-heróis são, antes de mais nada, celebridades, existindo principalmente para entreter o público e para ajudar as grandes corporações a venderem seus produtos.

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Mas o que realmente mantém a trama de Gen V em movimento nessa primeira temporada é uma conspiração que vai lentamente sendo desvendada por Marie e seus novos colegas. Ao fim, eles descobrem que a Godolkin University não é bem o que parece, resultando na formação de facções opostas no melhor estilo X-Men. Isso torna a trama promissora não apenas para as próximas temporadas, mas também para outros spin-offs.

É interessante ver como Gen V consegue se manter fiel tanto ao espírito de The Boys quanto ao espírito de X-Men enquanto costura seu próprio cânone. Em muitos aspectos, a trama lembra X-Men: Primeira Classe, filme que mostra a amizade entre o Professor X (James McaVoy) e Magneto (Michael Fassbender) antes deles se tornarem líderes de diferentes facções dentre os mutantes. Diante isso, há espaço para que alguns dos personagens de Gen V se tornem os novos Billy Butcher (Karl Urban) e Homelander/Capitão Pátria (Antony Starr) desse universo.

Enquanto The Boys já conseguiu se manter interessante e relevante por três temporadas, é pouco provável que o foco em Butcher e Homelander garanta o futuro da franquia, podendo facilmente se tornar bem repetitivo. Com isso em mente, percebe-se que Gen V oferece muitas oportunidades de evolução para esse universo, podendo até mesmo explorar diferentes tipos de histórias em diferentes gêneros cinematográficos, como foi feito para os X-Men em produções como Logan e Legion.

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