Crítica: O Predador – A Caçada

Prey, EUA, 2022



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★★★★☆


A primeira metade de O Predador: A Caçada pode até testar a paciência do espectador, mas toda a preparação torna a segunda metade ainda mais recompensadora. Mesmo com uma ambientação e uma protagonista bem diferentes do filme original, A Caçada consegue capturar muito bem a essência de O Predador (1987), especialmente no quesito adrenalina. O roteiro é simples e direto, e ainda assim é capaz de prover várias oportunidades para o Predador (Dane DiLiegro) se mostrar em toda sua brutalidade.

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No início, é difícil imaginar como a jovem Naru (Amber Midthunder) será capaz de enfrentar um temível Predador. Nas Grandes Planícies de 1719, ela é uma comanche que ainda está tentando provar para seu irmão, Taabe (Dakota Beavers), e para sua tribo que ela é perfeitamente capaz de se tornar uma caçadora. Suas aventuras iniciais mostram que ela ainda tem um longo caminho a percorrer até chegar ao nível de Taabe, mas uma série de encontros letais com o Predador aceleram significativamente o seu aprendizado.

Naru é antes de mais nada uma sobrevivente, e é graças a isso que ela se torna uma exímia caçadora. Cada vez que sobrevive a um dos ataques, ela aprende, conscientemente ou não, um pouco mais sobre as táticas e as tecnologias do Predador, identificando suas limitações e seus “pontos cegos”. Assim como o protagonista do filme original, ela percebe que a criatura não pode ser derrotada na força bruta e começa a traçar estratégias para superá-la taticamente.

Isso nos faz lembrar que o monte de músculos de Dutch, protagonista de O Predador (1987) interpretado por Arnold Schwarzenegger, não fez muita diferença no embate com o Predador. Inclusive, a partir de determinado ponto, o espectador também não conseguia enxergar como o brutamontes derrotaria uma criatura maior, mais forte e mais preparada que ele. Assim como Naru, Dutch precisou superar a criatura taticamente, o que evidencia que os roteiristas de O Predador: A Caçada realmente se inspiraram no filme original.

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As grandes novidades aqui são as cenas de ação de tirar o fôlego, o protagonismo dos nativo-americanos e a ambientação da história. Em 1719, o território das Grandes Planícies ainda estava sob o domínio francês (e ficaria assim até a compra da Luisiana), o que explica a nacionalidade dos caçadores de pele que Naru e o Predador encontram pelo caminho. A região é a mesma na qual é ambientada a série 1883, que se passa mais de 160 anos depois e ainda mostra um território inóspito.

O filme também se beneficia do protagonismo de Midthunder. A atriz já havia se destacado no filme Missão Resgate e na série Legion, nos quais interpretou personagens focados na ação. Em Legion, sua personagem é uma mutante que está sempre em busca de uma boa briga, e em alguns momentos ela as encontra. Em O Predador: A Caçada, Midthunder finalmente tem a oportunidade de protagonizar um filme de ação e demonstrar ainda mais suas habilidades diante das câmeras.

Com caçadores indígenas, caçadores franceses e um caçador alienígena se enfrentando em um terreno selvagem, O Predador: A Caçada resulta em um inesperado ponto alto na franquia Predador. Depois de alguns filmes divertidos mas esquecíveis, A Caçada está dentre aqueles que o espectador vai querer assistir de novo e de novo, seja pela ótimas cenas de ação ou pelo final altamente satisfatório.

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