Crítica: Warrior Nun – 2ª Temporada

Warrior Nun, EUA, 2020



Netflix · Trailer · Filmow · IMDB · RottenTomatoes

★★★★☆


Sem ter que mostrar a origem da protagonista e sua relutância em se tornar uma “freira guerreira”, a segunda temporada de Warrior Nun fica mais curta e mais enxuta. Dessa vez, o foco está inteiro na batalha contra o inimigo que surgiu no final da temporada anterior. Ao longo do caminho, as personagens precisam lidar não apenas com a manipulação que sofreram, mas também com algumas interessantes questões sobre fé, fanatismo e religião.

warrior nun temporada 2

Refugiadas nas belas paisagens dos alpes suíços, Ava (Alba Baptista) e Beatrice (Kristina Tonteri-Young) treinam para enfrentar o “anjo” Adriel (William Miller) e lidam com as perdas sofridas no final da primeira temporada. Enquanto isso, a Madre Superiora (Sylvia De Fanti) e Camila (Olivia Delcán) mantêm a Ordem da Espada Cruciforme preparada para se juntar à luta. Porém, nenhum dos dois grupos está preparado para o que está por vir.

Adriel não é apenas um demônio a ser derrotado, mas também um líder radical e manipulador que rapidamente cria uma seita ao seu redor. Se apresentando como um salvador da humanidade, sua força não está apenas em seus poderes sobrenaturais, mas também na influência que ele possui sobre uma grande quantidade de pessoas. Com a ajuda de aparentes “milagres”, ele espera forçar o agora Papa Duretti (Joaquim de Almeida) a legitimar sua “divindade” e transformar sua seita em uma religião oficial, tomando o lugar da Igreja Católica.

Essa trama dá a Warrior Nun a oportunidade de fazer algumas reflexões sobre a diferença entre seita e religião, ainda que não seja nada muito profundo. O fanatismo inspirado por Adriel é bem realista e característico tanto de organizações religiosas abusivas quanto de grupos políticos extremistas, como os de natureza fascista. É claro que muitos dos seguidores de Adriel são pessoas possuídas por demônios, mas o fanatismo que as levou a se entregar de corpo e alma àquela organização não tem nada de sobrenatural.

warrior nun temporada 2

Mas Warrior Nun é uma série de ação, e isso é o que não falta nessa segunda temporada. Com efeitos especiais ligeiramente melhores e Alba Baptista ainda mais confortável no papel central, a produção se torna tudo o que uma série sobre uma ordem secreta de freiras guerreiras precisa ser. Além de Ava, quem também se destaca é Lilith (Lorena Andrea), que protagoniza ótimas cenas de ação e adota um visual super gótico com seus novos poderes.

Tudo isso aproxima a série ainda mais de produções icônicas como Buffy: A Caça-Vampiros e Supernatural, misturando a luta contra forças malignas com personalidades divertidas e excêntricas. Há também espaço para momentos mais românticos e dramáticos, protagonizados tanto por Ava e Beatrice quanto por personagens como a Madre Superiora, Jillian (Thekla Reuten) e o misterioso Miguel (Jack Mullarkey), que foi introduzido nessa temporada.

Mesmo com uma trama mais ágil e enxuta, a segunda temporada de Warrior Nun consegue dar ainda mais desenvolvimento para todos os personagens sem decepcionar nos quesitos ação e suspense. No mais, o clima e a ambientação da série são complementados com belas locações, cenários fantásticos e figurinos que transbordam elementos tão pop quanto estilosos.

warrior nun 7

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