Crítica: A Sentinela
Sentinelle, França, 2021
Filme mistura drama com ação e tem um resultado menos impactante do que o esperado
★★★☆☆
Talvez se fosse estritamente um drama ou estritamente um filme de ação, A Sentinela poderia ter sido melhor aceito pelo público. A premissa e o material de divulgação sugeriam que esse seria mais um thriller de ação genérico e intenso, com muita ação e pouca conversa. Porém, a proposta do diretor Julien Leclercq é bem diferente. Apesar da pouca ação ser razoavelmente intensa, o filme tem a típica estrutura de um drama, abordando questões de estresse pós-traumático, vício em drogas e impunidade diante de crimes de violência sexual.

Os aspectos dramáticos de A Sentinela funcionam muito bem, lembrando dramas como Irmãs Separadas (crítica aqui) e Senhores do Crime. A introdução da trama lembra a introdução de Savior: A Última Guerra, enquanto a primeira metade como um todo lembra o final de Guerra ao Terror, apesar da história seguir um caminho diferente. Se tivesse focado apenas no drama e tivesse um roteiro um pouco mais elaborado, talvez a produção poderia ter chegado perto do nível de algum desses quatro filmes citados.
Mas o prometido era um filme de ação e não reflexões sobre violência e trauma. Quando um caricato vilão é finalmente introduzido, fica a impressão de que a ação vai decolar daquele ponto em diante. Porém, a trama segue intercalando as boas cenas de ação com momentos mais sérios e introspectivos, o que só aumenta a decepção de quem esperava a montanha-russa de tiros e porradaria típica de filmes estrelados por Jason Statham ou Liam Neeson.








