10 Filmes sobre Radicalização Ideológica


A característica mais básica de um extremista é que ele se considera tão absolutamente certo e moralmente superior que tudo o que ele fizer em nome de sua ideologia é automaticamente justificável. Muitos deles sequer se consideram extremistas; sob seus pontos de vista, eles estão apenas certos, e os verdadeiros “radicais” são as pessoas que discordam deles. É assim que mesmo ideologias de cunho pacifista podem resultar em processos de radicalização ideológica.

Esse fenômeno tem muitas causas e consequências, algumas das quais são exemplificadas nos dez filmes abaixo.

1. Quatro Leões (2010)

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Satirizando os extremistas islâmicos da vida real, essa comédia de humor negro mostra os anseios e as ilusões de grandeza de quatro atrapalhados radicais britânicos que pretendem realizar um ataque suicida. Variando entre um raso idealismo e uma completa ingenuidade, eles se convencem de que o ato de violência é parte do plano de Deus e que serão recompensados com a ida para o paraíso depois do atentado.

2. O Ato de Matar (2012)

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Depois de uma fracassada tentativa de golpe em 1965, as forças de segurança da Indonésia passaram a recrutar pessoas comuns, inclusive delinquentes juvenis, para ajudar no extermínio de comunistas, que foram considerados os responsáveis pela ação golpista. Alguns desses delinquentes, até hoje considerados “heróis” por parte da população, protagonizam o documentário O Ato de Matar, no qual eles contam orgulhosamente como escolhiam e executavam suas vítimas.

Na prática, os jovens receberam carta branca para matar qualquer pessoa que considerassem “comunistas”, o que eles aproveitaram para matar muitos imigrantes chineses que não tinham afiliação política, além de desafetos e outras pessoas de quem eles não gostavam. Nesse caso, a radicalização ideológica ocorreu por meio de um anticomunismo que veio a calhar para muitas pessoas que queriam apenas cometer crimes sem se preocupar com as consequências.

3. Movimentos Noturnos (2013)

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Em Movimentos Noturnos, três ecoterroristas (interpretados por Jesse Eisenberg, Dakota Fanning e Peter Sarsgaard) colocam em ação um plano para explodir uma represa hidrelétrica que eles acreditam estar prejudicando o meio ambiente. Porém, depois que o plano é executado, eles precisam lidar com as consequências. Enxergando apenas o aspecto idealista da violenta ação, eles não esperavam ter que lidar com custos humanos e nem estavam preparados para o que teriam que fazer para escapar das investigações criminais.

4. Imperium: Resistência Sem Líder (2016)

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Em Imperium, o relutante agente do FBI Nate Foster (Daniel Radcliffe) se infiltra em um grupo de neonazistas para tentar evitar um possível ataque terrorista. No processo, ele começa pelos típicos skinheads arruaceiros e passa por grupos de estudo, milícias armadas, figuras de mídia que lucram com o discurso de ódio e líderes intelectuais que se mantêm longe dos holofotes. Também é mostrado como esses grupos de terroristas domésticos se proliferaram nos EUA enquanto as autoridades estavam focadas apenas em radicais estrangeiros de matriz islâmica.

5. Fé Corrompida (2017)

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Atormentado pelos problemas que o cercam e por um passado cheio de arrependimentos, o reverendo Ernst Toller (Ethan Hawke) vai ficando cada vez mais desesperado com a situação do mundo. Uma tragédia em uma família que frequenta sua igreja é o estopim para que eles resolva cometer um grave ato de violência, na esperança de fazer alguma coisa – ou qualquer coisa – que mude a pessimista trajetória que ele enxerga para a humanidade.

Obviamente, a violência planejada é apenas uma válvula de escape para que ele manifeste toda a sua insatisfação em relação a sua própria vida. A solidão, a frustração e os arrependimentos o levam a querer fazer algo grande, que chame atenção para sua dor e para sua existência, levando-o a ignorar as pequenas coisas e as pequenas conexões que podem lhe dar todo o sentido e toda a felicidade que ele ainda pode ter.

6. Assassinato em Sparrow Creek (2018)

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Quando um ataque armado deixa vários mortos em uma pequena cidade, os membros de uma milícia de extrema-direita se reúnem para se manterem atualizados sobre a situação. Porém, as evidências indicam que um dos membros do grupo é o responsável pelo ataque, levando-os a começar uma investigação interna para descobrir quem é o culpado antes que a polícia chegue até eles e os considere cúmplices da ação.

Dada a natureza do grupo, qualquer um deles pode ser o criminoso, mas ninguém quer assumir a culpa. A paranoia e a desconfiança imperam ao longo de uma tensa noite, com os milicianos ficando uns contra os outros e a instabilidade tomando conta do local.

7. Jojo Rabbit (2019)

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Na Alemanha nazista, o pequeno Johannes “Jojo” Betzler (Roman Griffin Davis) fica empolgado quando se junta ao grupo dos Jovens Populares Alemães, que era parte da Juventude Hitlerista. Fortemente doutrinado pela propaganda nazista, ele encontra em Adolf Hitler uma figura paterna que ocupa o vazio deixado por seu pai. Isso se manifesta na forma de seu amigo imaginário, Adolf (Taika Waititi), que é uma versão mais “agradável” e infantilizada do genocida.

Sua radicalização ideológica só começa a se reverter quando ele encontra a jovem judia Elsa Korr (Thomasin McKenzie) escondida em sua própria casa, dando início a uma série de eventos que o mudarão para sempre.

8. Marighella (2019)

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A cinebiografia do guerrilheiro de extrema-esquerda Carlos Marighella (Seu Jorge) revela muito da ingenuidade que fez parte da luta armada contra a ditadura militar brasileira. Mesmo sabendo que a população brasileira dificilmente apoiaria sua causa, o protagonista insiste em realizar assaltos e assassinatos na esperança de inspirar a rebeldia no povo. Na prática, ele apenas alimentava uma fantasia de revolução que tinha pouquíssimas chances de se materializar. Crítica completa aqui.

9. Rede de Ódio (2020)

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O inseguro e inescrupuloso estudante Tomasz (Maciej Musialowski) está em um momento difícil de sua vida, mas encontra na manipulação de redes sociais a atividade perfeita para manifestar suas obsessões e ressentimentos. Depois que é contratado por uma agência para publicar fake news, ele chega a manipular os dois lados de uma disputa eleitoral para atingir seus objetivos pessoais e se sentir, de alguma forma, realizado. Crítica completa aqui.

10.Nova Ordem (2020)

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Não fica claro como as desigualdades sociais se transformaram em radicalização ideológica no México de Nova Ordem, mas suas consequências são bem realistas. Diante de um caótico levante popular realizado pelas camadas mais baixas da sociedade, o que se concretiza não é realmente uma revolução, mas uma tomada de poder pelas forças armadas. Dentre elas, um grupo específico aproveita o caos para cometer crimes e ganhar dinheiro. Crítica completa aqui.

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