Crítica: The Old Guard

The Old Guard, EUA, 2020



The Old Guard é um típico blockbuster do verão norte-americano e cumpre muito bem esse papel

★★★★☆


O roteiro de The Old Guard, adaptado de uma história em quadrinhos, pode não prezar pela originalidade ou pela imprevisibilidade, mas ele faz o básico com maestria e é bem-sucedido em conectar e justificar as intensas cenas de ação do filme. E quando você tem um grupo de guerreiros imortais que estão há séculos lutando para ajudar a humanidade e que levam espadas e machados para tiroteios, um roteiro básico é mais do que o suficiente.

Mais que isso, esse é um roteiro que está preocupado em apresentar uma mitologia que pode ser explorada em inúmeros outros filmes e séries, ao custo de estender a duração dessa primeira entrada para um pouco além do ideal. Em compensação, será possível explorar tanto o passado quanto o futuro de um interessante grupo de personagens.

As aventuras de Andrômaca, A Foice (Charlize Theron) ao lado de Quynh (Van Veronica Ngo) e Lykon (Micheal Ward) na antiguidade dariam uma ótima série no estilo Xena: A Princesa Guerreira. Também seria possível contar o violento início da história de amor entre Joe (Marwan Kenzari) e Nicky (Luca Marinelli), e como Andrômaca os encontrou ainda durante as Cruzadas. A jornada para encontrar Booker (Matthias Schoenaerts) durante o século 19 também pode ter sido repleta de ação. Para o futuro, seria possível explorar o que a inexorável passagem do tempo guarda para Nile (KiKi Layne) e Copley (Chiwetel Ejiofor).

E Copley é o antagonista que mantém The Old Guard interessante, já que Merrick (Harry Melling), CEO de uma grande farmacêutica, é um personagem terrivelmente caricato tanto na escrita quanto na atuação. Sua caracterização parece exagerada mesmo em um filme fantasioso como esse, com falas que parecem pertencer a vilões malignos de desenhos animados dos anos 1980. Claramente, não foi feito um grande esforço para desenvolvê-lo, e quaisquer franquias dignas precisam de bons vilões para mantê-las de pé.

O grande destaque da produção é a sempre dedicada Charlize Theron, que é uma das maiores estrelas de ação da atualidade. Em um filme sem super-heróis voando livremente ou soltando raios para todos os lados, sua perícia em acrobacias e artes marciais (já mostrada em Atômica e que ela repete em The Old Guard) faz a diferença para subir o nível da ação e manter o espectador investido na narrativa. Aqui ela tem a oportunidade de usar não apenas armas e socos, mas também espadas e machados carregados com a destreza de séculos e séculos de experiência em combate.

The Old Guard é ótimo para quem está no embalo de filmes e séries como Bloodshot, Resgate (crítica aqui) e Warrior Nun (crítica aqui). E enquanto o reboot da franquia Highlander não sai do papel, os imortais liderados por Andrômaca, A Foice vão servindo para matar a saudade dos seguidores do clã MacLeod (além dos filmes que vieram depois de Highlander: O Guerreiro Imortal, a franquia também inclui Highlander: A Série, seu spin-off Highlander: The Raven e uma série animada).

Atualização em 15/07/2020:

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