Crítica: As Marvels

The Marvels, EUA, 2023



Trailer · Filmow · IMDB · RottenTomatoes

★★★★☆


A má notícia aqui é que quem estiver esperando que As Marvels represente um retorno do MCU aos seus dias de glória (seja lá o que isso signifique) vai ficar bem decepcionado. Por outro lado, quem estiver interessado em boas doses de diversão e ação corre o risco de querer assistir esse novo filme mais de uma vez. Ao contrário do mediano Capitã Marvel, essa continuação consegue entregar todo o humor e toda a empolgação aos quais se propõe.

as marvels 1No primeiro ato de As Marvels, a diretora Nia DaCosta “atinge” o espectador com tanta ação que pouco importa a lógica da história ao seu redor. Na medida em que os visuais permanecem inovadores, é suficiente saber que a Capitã Marvel/Carol Danvers (Brie Larson), a Capitã Monica Rambeau (Teyonah Parris) e a Miss Marvel/Kamala Khan (Iman Vellani) estão prestes a embarcar em uma acelerada aventura espacial, chegando a lembrar os moldes de Thor: Ragnarok.

Quaisquer limitações que o filme tenha são facilmente superadas pela química entre as três protagonistas, injetando assim muito da energia que faltou no filme original. Larson ainda apresenta algumas de suas limitações, mas as presenças da consistente Parris e da energia adolescente de Vellani permitem que ela fique mais à vontade, o que beneficia o filme como um todo.

O foco na ação e o curto tempo de duração fazem com que As Marvels lembre o primeiro filme dos X-Men, que tinha menos de uma hora e meia de duração e deu início à avalanche de filmes de super-heróis que vem marcando o Século 21 nos cinemas e na TV. De certa forma, essa é uma volta às origens, o que não deve cair bem para quem esperava tramas ainda mais grandiosas depois da épica Saga do Infinito.

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Em As Marvels, as “gracinhas” com números musicais e gatinhos não vão agradar a quem gostaria de uma história mais séria. Esse ângulo poderia ser explorado por via do drama dos refugiados Skrulls e dos sobreviventes dos Kree, complementando a trama da recente série Invasão Secreta. Porém, essa série foi mal recebida por muitos fãs, que não acharam a história sobre espionagem, lealdade e traição empolgante o suficiente.

A vilã Dar-Benn (Zawe Ashton) e o lado dramático da trama não são lá muito bem desenvolvidos. Porém, antes que isso realmente comece a pesar contra o filme, o último ato chega de surpresa e uma visualmente interessante mas protocolar batalha final tem início. Esse momento pelo menos serve para dar uma solução para o dilema vivido pela Capitã Marvel, já que sua “libertação” do povo Kree do domínio de uma inteligência artificial havia mergulhado o planeta em uma catastrófica guerra civil.

O ato final também coloca Rambeau e Kamala em direção ao futuro da franquia, dando claríssimos sinais de que novas equipes de super-heróis serão introduzidas no MCU. Resta saber se essas promessas realmente serão cumpridas, pois há tantas promessas feitas pelas produções mais recentes do MCU que já está até difícil lembrar de todas.

As Marvels também acerta ao tentar explorar a beleza cósmica do espaço sideral em algumas cenas mais inspiradas, apesar de elas não serem tão profundas e reflexivas quanto poderiam ser. Ainda assim, o resultado é um filme que foca na diversão e tem visuais ligeiramente menos previsíveis do que outras recentes entradas no sub-gênero dos filmes de super-heróis.

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