Crítica: Aqueles Que Me Desejam a Morte
Those Who Wish Me Dead, EUA, 2021
Filme conta uma história interessante, mas jamais consegue chegar a altíssimos níveis de tensão
★★★☆☆
Uma brigadista florestal continua se culpando pelas vidas perdidas em um incêndio. Um pai e seu filho cruzam os Estados Unidos do sul ao norte em busca de segurança. Dois assassinos profissionais tentam rastreá-los para finalizar um serviço. É assim que o diretor Taylor Sheridan vai apresentado as peças e construindo o tabuleiro de Aqueles Que Me Desejam a Morte. Porém, a tensão da narrativa jamais sobe até o nível esperado, deixando o espectador com uma história dramaticamente séria mas desprovida de entusiasmo.

Não é que a produção precisasse ser pura adrenalina, mas era de se esperar pelo menos um suspense de altíssimo calibre. Sheridan ficou conhecido por produções como Sicario: Terra de Ninguém (comentário aqui) e Terra Selvagem (crítica aqui), filmes nos quais a alta intensidade do suspense é um dos grandes destaques. Aqui, ele adota uma abordagem mais semelhante à de Yellowstone (resenha aqui), série da qual ele é co-criador e que também é ambientada no estado de Montana.
Assim como a série, Aqueles Que Me Desejam a Morte passa a maior parte do tempo construindo os relacionamentos entre os personagens e exibindo as belezas naturais daquela parte dos Estados Unidos, fazendo questão de mencionar o caminho percorrido por Lewis e Clark e a divisória continental da América do Norte, dois marcos geográficos do país. Porém, ao contrário da série, quando os momentos de suspense e ação chegam, eles não são satisfatórios a ponto de realmente compensar a espera. O ideal aqui é muito mais curtir a viagem do que contar com grandes emoções.

Aqueles Que Me Desejam a Morte é um filme sério e adulto, mas nada mais que isso. A produção possui muitos atrativos, incluindo a agora rara presença de Angelina Jolie nas telas, mas eles não são o suficiente para torná-lo altamente satisfatório. Depois da decepção com a história de Sem Remorso (crítica aqui), fica a esperança de que Sheridan deixe as adaptações de lado e volte a produzir aclamados roteiros originais.







