Crítica: O Último Mercenário
Le Dernier Mercenaire, França, 2021
Jean-Claude Van Damme é o último mercenário nessa leve e descompromissada comédia de ação
★★★☆☆
Ninguém vai poder acusar O Último Mercenário de se levar a sério demais. O filme serve mais como uma homenagem ao Van Damme do passado do que como um grande retorno do herói de ação dos anos 1980 e 1990. Para quem se deixar levar pela paródia e pelas piadas bobas, o filme pode ser um bom passatempo com algumas boas cenas de ação. Para quem não estiver interessado em bobagens despretensiosas, a trama pode ser uma grande perda de tempo.

Mesmo quando as piadas dos atrapalhados personagens coadjuvantes não funcionam, sempre há Van Damme entregando bom humor tanto em suas falas quanto nas cenas de luta e perseguição. O filme certamente se beneficiaria de menos personagens e mais Van Damme, que é inegavelmente o melhor em tela. O ideal seria que ele trabalhasse por mais tempo ao lado de um único personagem, como o filho a ser resgatado ou a personagem Dalila (Assa Sylla). Exemplos de como isso poderia ser feito podem vistos nos filmes Shaft (2019), no qual o protagonista trabalha ao lado do filho, e Power (crítica aqui), no qual o protagonista conta com a ajuda de uma adolescente para localizar a própria filha.

O Último Mercenário vai irritar quem esperava um Van Damme que leva a própria carreira muito a sério ou um filme como “aqueles de antigamente”. O ator sabe que os “seríssimos” filmes de ação do passado não eram nada mais do que fantasias produzidas para o entretenimento do público, e é isso o que ele faz mais uma vez aqui. O filme serve muito mais como uma lembrança dos velhos tempos do que como uma tentativa de trazer o velhos tempos de volta.







