Crítica – Oddity: Objetos Obscuros

Oddity, Irlanda, 2024



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★★★★☆


A narrativa de Oddity: Objetos Obscuros não tenta esconder as previsíveis revelações que estão por vir, deixando o espectador curioso muito mais pelo “como” do que pelo “o quê”. E o “como” é justamente o aspecto no qual o filme se destaca, resultando em uma experiência cinematográfica genuinamente horripilante.

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Assim como no recente Longlegs, a tensão consegue se manter constante em Oddity. Já os momentos de terror lembram os eficazes mecanismos utilizados em filmes como Quando as Luzes se Apagam, Atividade Paranormal e Invocação do Mal. Dessa forma, o diretor Damian Mc Carthy consegue compor uma obra que combina de forma equilibrada o que há de mais assustador nos filmes citados.

Também é possível evocar o trabalho do diretor Guillermo del Toro, que combinou conflitos humanos com elementos sobrenaturais em filmes como A Espinha do Diabo e A Colina Escarlate. Aqui, a protagonista Darcy Odello (Carolyn Bracken) está em busca de vingança pela morte da sua irmã gêmea, Dani (também interpretada por Bracken).

A grande questão é que Darcy possui habilidades mediúnicas e é proprietária de uma loja de itens “amaldiçoados”. É graças a isso que ela descobre quem são os verdadeiros culpados pela morte de Dani, levando-a a fazer uma visita surpresa ao seu ex-cunhado Ted (Gwilym Lee) e sua nova namorada Yana (Caroline Menton). Darcy leva com ela um dos itens de sua loja: um boneco de madeira em tamanho real que, obviamente, é muito mais que um simples e apavorante boneco.

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Mas a cena que estabelece o tom de Oddity ainda nos primeiros minutos da projeção mostra Dani lidando com o estranho Olin (Tadhg Murphy) batendo em sua porta durante a noite em uma região isolada. Seu jeito desesperado e seu estranho olhar com um olho artificial ficam longe de inspirar confiança. Ele insiste para que Dani abra a porta, afirmando que há alguém dentro da casa que irá machucá-la.

É uma cena por si só aterradora, mesmo não havendo violência ou elementos sobrenaturais envolvidos. Outro momento que irá fazer a alma do espectador “sair do corpo” é quando vemos o assassinato de Dani, revelando o real terror daquele momento. Outros destaques são as cenas nas quais Yana tem que lidar com aparições na antiga e escura casa na qual ela está morando com Ted.

Não é que Oddity seja um festival de sustos e aparições, já que boa parte da projeção é dedicada a manter o clima de tensão. A questão é que quando os sustos e as aparições finalmente chegam, eles fazem a espera valer a pena. Não é uma questão de quantidade, mas sim da qualidade dos momentos de puro terror.

Tudo isso faz com que Oddity: Objetos Obscuros tenha uma vaga garantida nas listas de “melhores filmes de terror do ano”. Ainda que a produção tenha uma história de escopo limitado e que os momentos finais desconstruam parte da tensão, poucos filmes são capazes de provocar o mesmo nível de “frio na espinha” no espectador.

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