Crítica: O Ritmo da Vingança
The Rhythm Section, Reino Unido/EUA, 2020
Filme se limita ao extremamente básico e acaba decepcionando mesmo quem já estava com baixas expectativas
★★☆☆☆
Para um filme de ação ser bem-sucedido, ele precisa ter pelo menos um desses três ingredientes: um arco dramático envolvente, fazendo com que o espectador se importe com o destino das personagens; uma história instigante e bem contada, o que mantém o espectador ansioso por novos desenvolvimentos ou revelações; ou fantásticas cenas de ação, que, geralmente, são o prato principal nesse tipo de filme. Infelizmente, O Ritmo da Vingança não oferece nenhum dos três.

Talvez O Ritmo da Vingança seja bom o suficiente para o espectador que tem baixa familiaridade com filmes de ação. Para os que já assistiram pelo menos algumas dezenas deles, especialmente os que se passam no mundo da espionagem internacional, é possível prever as curvas feitas pela história a quilômetros de distância. O roteiro, que é assinado pelo próprio autor do livro no qual o filme é baseado, não deixa o espectador nem um pouco curioso pela obra original.
É possível que o estúdio estivesse contando com a ação para justificar essa empreitada, mas esse ingrediente também está ausente. O problema começa porque o roteiro adota a abordagem mais conservadora possível e gasta a primeira metade do filme apenas “preparando o terreno”, praticamente sem cenas de ação, a não ser em alguns momentos durante o treinamento da protagonista. Isso poderia ter sido evitado adotando-se uma outra abordagem também muito comum: ir direto para a ação e interrompê-la com curtos flashbacks que clarificam o contexto dos acontecimentos.

O Ritmo da Vingança é mais fraco até que o decepcionante thriller Operação Red Sparrow (crítica aqui), quando poderia ser quase tão bom quanto Atômica, um filme cujo roteiro também não impressiona mas que tem uma narrativa mais dinâmica e um investimento pesado em grandes cenas de ação.







