Crítica: Bala Perdida 3
Balle Perdue 3, França, 2025
Netflix · Trailer · Letterboxd · IMDB · RottenTomatoes
★★★★☆
Com Bala Perdida 3, a Netflix fecha com chave de ouro mais uma ótima trilogia cinematográfica, semelhante ao que foi feito com o suspense da Trilogia de Baztán e com o terror da Trilogia Rua do Medo. O prato principal aqui é a ação, especialmente com ótimos momentos de combate corpo a corpo e com insanas e explosivas perseguições de carro. Com muitos efeitos práticos e ótimos trabalhos de dublês, essa série de filmes é um grande presente para os fãs do cinema de ação com pura energia cinética.
Assim como os dois primeiros, Bala Perdida 3 ainda lembra “clássicos” cult como a trilogia Carga Explosiva e o thriller de espionagem Ronin, reconhecido por suas incríveis cenas de perseguição nas estradas e nas ruas da França. Porém, o filme também remete a produções mais recentes, como os alucinantes Mad Max: Estrada da Fúria e Ambulância. Inclusive, Estrada da Fúria e seus modificados “carros de guerra” parecem ter servido como inspiração para vários dos momentos mais loucos da trilogia Bala Perdida.
As perseguições presentes em Bala Perdida 2 e Bala Perdida 3 também remetem às criativas perseguições presentes nos mais recentes filmes da franquia Missão: Impossível, especialmente à grande perseguição pelas ruas de Roma que ocorre em Missão Impossível: Acerto de Contas. Ao contrário da franquia Velozes e Furiosos, esses são filmes que, de certa forma, ainda mantêm os pés no chão mesmo quando investem no exagero e no inacreditável.
Apesar do padrão da trilogia Bala Perdida ser pouca conversa e muita ação, o terceiro filme conta com uma história ligeiramente mais elaborada. Não é nada muito profundo e não chega a atrapalhar o fluxo da ação, mas isso colabora para que o filme seja um pouco mais longo que os anteriores. Se esse não fosse um filme focado em perseguições em alta velocidade, a trama sobre policiais corruptos poderia resultar em um ótimo drama policial, nos moldes do também francês Bronx.
Para um filme focado na ação, Bala Perdida 3 até que possui um interessante rol de personagens. Além do protagonismo de Lino (Alban Lenoir) e Julia (Stéfi Celma), as situações dos antagonistas Areski (Nicolas Duvauchelle) e Yuri (Quentin D’Hainaut) contam com suas próprias reviravoltas. Mas é a chegada do grande vilão Alexander Resz (Gérard Lanvin) que eleva o nível dramático da trama e complica ainda mais as lealdades entre os personagens.
No geral, as narrativas dos três filmes são orientadas aos personagens, realçando o nível de desespero de cada um deles conforme eles buscam justiça, vingança ou impunidade. Tanto os policiais honestos quanto os corruptos estão sob grandes quantidades de pressão, tendo que lidar não apenas com as consequências de suas escolhas, mas também com o desejo de vingança de Lino, que representa uma força à parte nas três partes dessa história.
Tudo isso faz com que a trilogia Bala Perdida seja uma grande sinfonia de ação, mantendo o espectador envolvido na história enquanto o deixa boquiaberto nos momentos mais impressionantes de cada filme. Quem estiver interessado em realismo e profundidade emocional, pode evitar esses filmes tranquilamente. Bala Perdida, Bala Perdida 2 e Bala Perdida 3 são filmes para quem está mais interessado em adrenalina, velocidade e níveis preocupantes de destruição automotiva.
