Crítica: Resident Evil 6 – O Capítulo Final
Resident Evil: The Final Chapter, EUA, 2016
Filme mantém o (baixo) nível de qualidade da franquia
★★☆☆☆
No início desse último capítulo da saga Resident Evil, um autêntico clima de suspense e alguns bons sustos dão ao espectador a esperança de que o diretor Paul W. S. Anderson finalmente resolveu elevar o nível de sua franquia, se inspirando no clima de terror dos jogos eletrônicos no qual a obra é inspirada. Porém, não é esse o caso. Resident Evil 6 – O Capítulo Final entrega então uma série de cenas de ação tão alucinantes quanto mal costuradas por um arremedo de história, personagens descartáveis e péssimas atuações. É claro que isso é exatamente o que os fãs da franquia esperam, e eles não vão ficar decepcionados.

O destaque do filme fica, é claro, com as cenas de ação. Dessa vez, elas estão melhor trabalhadas visualmente e não abusam da câmera lenta, como vários dos filmes anteriores o fizeram. Infelizmente, o excesso de câmera lenta é substituído por outros defeitos irritantes, a começar pela operação de câmera. É comum filmes de ação modernos fazerem um trabalho de câmera ágil e “sacudido”, dando ao espectador a impressão de que ele está dentro da ação. Aqui, entretanto, em alguns momentos o espectador fica com a impressão de que o operador de câmera está sofrendo convulsões. Combinando isso a uma edição que parece ter sido realizada por uma pessoa que estava assistindo algum outro filme ao mesmo tempo, o resultado fica abaixo do esperado. Isso não chega a arruinar essas cenas completamente, mas certamente desperdiça o potencial do que poderiam ser memoráveis cenas de ação.

Apesar de tudo, esse pode ser considerado um dos melhores filmes da franquia, talvez o melhor deles. Seja pelos monstros de aparência realmente aterrorizante, seja pelas lutas (em sua maioria) bem coreografadas, seja pela ação dentro e sobre grandes carros blindados, seja por Alice derramando e acendendo milhares de litros de gasolina sobre hordas de zumbis, Resident Evil 6 – O Capítulo Final é uma grande bagunça que merece ser assistida (ao menos, por quem gosta do estilo) e que encerra dignamente a franquia (ainda que deixe aberta a possibilidade de continuações).







