Crítica: Mestres do Universo – Salvando Eternia – Parte 2

Masters of the Universe: Revelation – Part 2, EUA, 2021



Netflix · Trailer · Filmow · IMDB · RottenTomatoes

★★★☆☆


A estratégia de lançamento de Mestres do Universo: Salvando Eternia fez um grande desfavor à série. Enquanto o impacto da primeira leva de cinco episódios foi limitado por não contar uma história completa, essa segunda leva chega depois de longos quatro meses de espera, se é que ainda havia alguém esperando. Ainda assim, a ação e a animação da Parte 2 são muito boas, apesar da história não ser tão interessante quanto se poderia esperar.

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Se lançados de uma vez, os dez episódios (cada um com vinte e dois minutos de duração) de Mestres do Universo: Salvando Eternia seriam uma rápida e divertidíssima homenagem a um clássico da infância de muitas pessoas. Enquanto a ação e a animação possuem a intensidade dos dias atuais, a história tenta fazer uma continuação mais adulta da trama original, aumentando os riscos e incluindo uma vilã que se entrega ao niilismo. Isso tudo em meio às mensagens inspiradoras e piadinhas inocentes típicas da animação dos anos 1980. Em outras palavras, essa é uma série divertida de ser assistida e fácil de ser esquecida.

Porém, a separação em duas partes serviu apenas para realçar as limitações do material. O espectador teve vários meses para ficar pensando no vai e volta da morte de He-Man/Príncipe Adam (Chris Wood), que ressuscitou apenas para ser apunhalado pelas costas. Logo no início da Parte 2, o gravemente ferido Príncipe Adam fica novo em folha em um passe de mágica. Isso diminui o interesse do espectador na trama, que parece estar “correndo atrás do próprio rabo” apenas para acabar no mesmo lugar de sempre. Não é bem isso o que acontece, mas é a sensação que os primeiros episódios da Parte 2 passam, como se nada tivesse consequências de longo prazo.

A questão é que os roteiros de Mestres do Universo: Salvando Eternia não estão no mesmo nível de séries animadas como Castlevania (crítica aqui) e Arcane (crítica aqui), que conseguem ser realmente sombrias e profundas. Salvando Eternia pode até ser mais profunda do que a série original, mas aquela produção havia sido criada como uma longa e superficial peça de marketing, com o objetivo principal de alavancar a venda de brinquedos. O sucesso da animação ao redor do mundo foi praticamente um efeito colateral.

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Apesar dos relacionamentos bem desenvolvidos e das fantásticas trajetórias de Teela (Sarah Michelle Gellar) e Maligna (Lena Headey), Mestres do Universo: Salvando Eternia teve seu impacto diluído tanto pela estratégia de lançamento quanto por sua dependência de grandes e, algumas vezes, desnecessárias reviravoltas. A boa notícia é que quem assistir aos dez episódios em um curto espaço de tempo terá uma experiência bem mais satisfatória do que quem levou quatro meses para acompanhar a divertida e relativamente inovadora história.

O último episódio termina com a promessa da chegada de um conhecido vilão (e, possivelmente, de uma conhecida heroína), o que deve ser empolgante e cheio de ação. Porém, fica a esperança de que a história seja mais enxuta e disponibilizada em ciclos com início, meio e fim, assim como foi o caso das duas últimas temporadas de Castlevania.

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