Crítica: Gunpowder Milkshake (Coquetel Explosivo)
Gunpowder Milkshake, EUA, 2021
Mesmo com muito estilo e muita ação, filme fica devendo nos quesitos adrenalina e tensão
★★☆☆☆
Na teoria, Gunpowder Milkshake é um ótimo filme de ação. Todos os ingredientes necessários estão presentes e ainda há alguns sabores extras. Porém, na prática, o que o filme não consegue adicionar à receita é tensão e adrenalina. Mesmo as melhores e mais divertidas cenas de ação têm seu impacto diminuído por um roteiro que se esforça tanto para ser cool que acaba se esquecendo de fazer o básico. As ideias que o diretor Navot Papushado tem para a ação são razoavelmente boas, mas os diálogos dificilmente funcionam e os acontecimentos são, nos melhores casos, bem previsíveis.

Os problemas ficam ainda mais frustrantes quando se leva em conta o incrível elenco reunido para a produção. Enquanto Karen Gillan mais uma vez se mostra convincente como estrela de ação, as presenças de figuras do naipe de Michelle Yeoh, Angela Bassett, Carla Gugino e Lena Headey elevam o nível da produção. Infelizmente, algumas das piores falas do roteiro ficam justamente para elas. Mesmo os momentos mais girl power soam demasiadamente superficiais, existindo muito mais por questão de estilo do que por terem algo significante para dizer.

Apesar de possuir bons momentos de ação e de manter um bom ritmo, Gunpowder Milkshake pode ser decepcionante para quem espera intensidade e originalidade. Existem outros filmes de ação tão genéricos e quase tão estilosos quanto esse, mas geralmente eles vêm acompanhados de um roteiro (ou, pelo menos, de uma premissa) capaz de surpreender o espectador durante boa parte do tempo. É o caso de filmes como Mate ou Morra (crítica aqui) e Hotel Artemis, que fazem o básico de forma divertida e natural.







