Crítica: Jungle Cruise
Jungle Cruise, EUA, 2021
Mesmo básico e sem muita ousadia, filme oferece diversão ação e aventura para toda a família
★★★☆☆
A fórmula Disney de diversão para toda a família é muito bem aplicada em Jungle Cruise, ainda que o filme peque por não apresentar nada realmente novo ou especialmente empolgante. Para espectadores mais jovens, a produção pode oferecer uma intensa jornada pelos rios da Amazônia. Para espectadores mais “experientes”, pode haver uma certa sensação de repetição, pois tudo o que é feito aqui já foi feito de forma melhor em franquias como Piratas do Caribe, A Múmia e Indiana Jones.

Para os olhos brasileiros, o filme traz um curioso Brasil fictício, revelando que a visão estereotipada/romantizada que os habitantes do hemisfério norte têm do país segue bem caricata. É uma visão que já dura séculos, com a lenda da mítica cidade de Eldorado atraindo tanto o Lope de Aguirre de Aguirre: A Cólera dos Deuses em 1560 quanto o Percy Fawcett de Z: A Cidade Perdida em 1925. Essas foram expedições bem diferentes daquela feita pelos documentaristas portugueses do filme Nheengatu (resenha aqui), que subiram o Rio Negro recentemente em busca das pessoas que ainda falam o idioma nheengatu.

Apesar dos anacronismos, o filme tem um bom roteiro e ótimas atuações. O que realmente prejudica Jungle Cruise é a total dependência de cenários virtuais e de outros efeitos especiais, impedindo que a ação seja realmente imersiva. Filmar na Amazônia poderia ser uma experiência tão cara quanto infernal, mas algumas cenas em locações poderiam fazer a diferença e elevar o nível da produção como um todo.







