Crítica: La Casa de Papel – Parte 5

La Casa de Papel – Parte 5, Espanha, 2021



Curta e intensa, a Parte 5 de La Casa de Papel segue testando os nervos e a boa vontade do espectador

★★★★☆


Os cinco episódios da Parte 5 de La Casa de Papel são poucos mas são incrivelmente intensos. A loucura e o descontrole que teve início na Parte 4 segue apenas aumentando, com consequências tão trágicas quanto as mostradas anteriormente. O maior problema desse curto conjunto de episódios é a falta de foco, com as coisas dando errado em múltiplas frentes ao mesmo tempo. Além disso, se as temporadas anteriores mostravam o grupo de assaltantes superando as dificuldades com inteligência e criatividade, tanto a Parte 4 quanto a Parte 5 mostram que as coisas podem dar completamente errado para os personagens.

Ainda assim, o alicerce construído ao longo das temporadas anteriores é sólido o suficiente para permitir que esses novos episódios foquem na ação e se aprofundem um pouco menos nos personagens. Dentre eles, um dos grandes destaques ainda é Berlim (Pedro Alonso), que segue participando graças a evolventes flashbacks. Dessa vez, ele introduz seu filho Rafael (Patrick Criado) ao mundo do crime em uma aventura no melhor estilo Thomas Crown: A Arte do Crime. Porém, apesar de envolvente, essa subtrama ainda não apresenta nenhuma conexão concreta com a trama principal.

Além da ação, a Parte 5 de La Casa de Papel também amplia o conflito psicológico entre os assaltantes e seus opositores, sejam eles as forças policiais ou os reféns. Diante da resiliência dos planos traçados pelo Professor (Álvaro Morte), tanto Arturito (Enrique Arce) quanto o Coronel Tamayo (Fernando Cayo) recorrem a táticas cada vez mais baixas para desestabilizar os assaltantes. O fato de que a ex-inspetora Sierra (Najwa Nimri) descobriu o esconderijo do Professor e o tirou de ação apenas contribui para a instabilidade e para a imprevisibilidade da Parte 5.

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As baixas que o grupo sofreu nas Parte 4 e 5 são importantes para manter a tensão e mostrar que ninguém está realmente seguro nessa intensa trama. Porém, ao continuar eliminando protagonistas amados pelo público, a série corre o risco de perder boa parte de seu apelo. O que o espectador quer ver são esses personagens saindo milagrosamente (ou inteligentemente) da impossível situação na qual se colocaram, e não eles sucumbindo um a um diante de opositores cada vez mais violentos. Se na Parte 4 é apenas o último plano mirabolante do Professor que dá realmente certo, na Parte 5 ele quase não tem a oportunidade de ajudar o restante do grupo.

Assim como a Parte 4, a Parte 5 de La Casa de Papel apresenta apenas mais um trecho da trama, introduzindo novos personagens e sem mostrar nenhum tipo de resolução para a grande maioria das subtramas. Por causa disso, talvez não faça muito sentido avaliar esse conjunto de episódios isoladamente. Espera-se que a Parte 6, a ser lançada no dia 3 de dezembro de 2021, finalmente dê uma conclusão para o assalto iniciado na Parte 3 e mostre o destino final dos sobreviventes, se houver algum.

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