Crítica: Arkansas
Arkansas, EUA, 2020
Arkansas é uma pequena saga em um mundo do crime que também parece existir em pequena escala
★★★☆☆
A narrativa de Arkansas está mais focada em explorar as vidas de seus personagens do que na história de crime em si. O filme deixa a impressão de que foi apenas por acidentes do destino que Kyle (Liam Hemsworth), Swin (Clark Duke, que também dirige a produção) e Frog (Vince Vaughn) se envolveram no mundo do tráfico de drogas, da mesma forma que uma pessoa normal começa em um emprego e passa décadas nele por puro comodismo. Essa abordagem é bem interessante, mas o ritmo lento combinado com uma certa falta de foco acaba por diminuir o impacto da história.

Dois desses atos se passam nos anos 1980 e abordam a ascensão de Frog no mundo do crime, mostrando como ele começou no ramo e quais decisões ele teve que tomar para chegar ao topo da pequena e lucrativa organização criminosa que chefia. A ideia desses “flashbacks“, que poderiam ser um outro filme, não é apenas explicar o passado do personagem, mas também traçar um paralelo entre sua jornada e a jornada de seus dois funcionários, Kyle e Swin.
Há também os paralelos entre a vida no crime e a vida normal. Uma vez que seus negócios se estabilizam (mesmo que seja uma falsa estabilidade), os três personagens começam a se preocupar com outros aspectos da vida, como família e aposentadoria. Eles percebem que, no fim das contas, algumas das suas maiores preocupações são as mesmas preocupações de trabalhadores assalariados. A grande diferença é que eles também precisam se preocupar com a polícia, com a violência de concorrentes e com possíveis traições de colegas de trabalho.

Apesar das imperfeições, Arkansas é uma promissora estreia na direção de longa-metragens para Clark Duke, que ainda precisa polir um pouco suas habilidades atrás da câmera. A escolha do material e do tema abordado mostra que o diretor tem um bom olho para histórias que são capazes de entreter e divertir enquanto lidam com temas mais sérios e reflexivos.







