Crítica: Observadores
The Voyeurs, EUA, 2021
Observadores fica devendo nos quesitos drama e suspense, mas não decepciona em termos de sensualidade e eroticismo
★★★☆☆
Se o principal objetivo de um thriller erótico for prover cenas extremamente picantes e momentos altamente provocantes, então Observadores é muito bem-sucedido. Porém, a lentidão da narrativa e o exagero nas reviravoltas evitam que o filme se torne um exemplar mais refinado desse subgênero. Apesar de começar muito bem, a trama exige um nível de paciência que não é realmente recompensado no ato final, que força a mão com revelações chocantes e planos elaborados.

O filme é claramente influenciado por thrillers eróticos dos anos 1990, como Instinto Selvagem e Invasão de Privacidade, mas poderia ter se beneficiado da abordagem mais séria e dramática de um Infidelidade. Apesar disso, a produção faz um bom uso de suas influências hitchcockianas, acertando em muitos dos aspectos nos quais, por exemplo, A Mulher na Janela errou. Por mais que não esteja nem perto da excelência cinematográfica de A Criada ou da profundidade psicológica de Elle, Observadores também está longe do festival de vergonha alheia e escolhas equivocadas da franquia Cinquenta Tons de Cinza.
O ritmo lento pelo menos serve para representar muito bem a forma pela qual Pippa vai gradualmente se deixando levar pela obsessão, que se manifesta não apenas pelo desejo mas também por um senso de responsabilidade pela vida dos vizinhos. O que fica claro na segunda metade da produção é que o que ela realmente deseja não é o corpo do vizinho, mas sim a sua fantasia de sedução. Apesar de já conhecer todos os seus truques, ela prefere se deixar levar pela “magia” e ter a mesma experiência que ela viu várias outras mulheres tendo.

Para quem não estiver tão interessado no suspense e nas reviravoltas mirabolantes, Observadores pelo menos oferece a fantasia na forma dos corpos perfeitos de Sydney Sweeney, Natasha Liu Bordizzo e Ben Hardy, além, é claro, das várias modelos com quem seu personagem se envolve. As cenas picantes são realmente picantes, sendo tão sugestivas ou tão explícitas quanto o necessário para fazer subir a pulsação sanguínea do espectador.







