10 Filmes Que Mostram Que As Distopias Não São Tão Ruins Assim
Muito se fala sobre nosso mundo estar se tornando uma distopia. Mas será que isso é tão ruim assim? Vamos conferir alguns exemplos!
1. Fahrenheit 451 (2018)
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Na sociedade perfeita de Fahrenheit 451, os “bombeiros” são responsáveis por queimar livros. Isso pode parecer preocupante, mas, na verdade, eles só o fazem para proteger a população de ideias perigosas e pensamentos independentes. Quanto mais as pessoas entendem o mundo, mais infelizes elas ficam, então é melhor que todas as pessoas fiquem no mesmo nível de ignorância. O heroico Capitão John Beatty (Michael Shannon) deixa claro: as pessoas nascem diferentes, mas o fogo às tornam iguais.
Infelizmente, um dos membros da unidade do Capitão Beatty, Guy Montag (Michael B. Jordan), se torna viciado em conhecimento e passa a ajudar os rebeldes que estão contrabandeando obras literárias. Cabe então ao nosso capitão impedir que o elemento subversivo espalhe livros e estremeça os pilares da sociedade. Se a população desse mundo perfeito voltar a ter acesso a estilos como a sátira e a figuras de linguagem como a ironia, será só uma questão de tempo até a iniquidade reinar novamente.
2. Uma Aventura Lego (2014)
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Emmet (Chris Pratt), protagonista de Uma Aventura Lego, entende bem a importância de um mundo perfeito e controlado. Cada coisa em seu lugar, cada lugar com sua coisa. Tudo ocorre de forma perfeita e inquestionável. Não há a necessidade de imaginação ou criatividade. Basta seguir as instruções e ficar satisfeito, suprimindo à qualquer custo quaisquer emoções negativas.
A confortável previsibilidade da vida de Emmet é perturbada quando ele cruza o caminho de Wildstyle (Elisabeth Banks) e Batman (Will Arnett), dois rebeldes que o aliciam para fazer parte de um grupo de degenerados e inconformistas. Eles planejam estragar os planos do Presidente Negócio (Will Ferrel), um líder de pulso firme que pretende deixar as coisas do jeito certo de uma vez por todas, doa a quem doer. Será que o nosso herói vai conseguir se afastar dessas más influências?
3. The Rover: A Caçada (2014)
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O mundo de The Rover: A Caçada está longe de ser perfeito, mas pelo menos o protagonista Eric (Guy Pierce) tem a oportunidade de usar suas armas para caçar violentamente os homens que roubaram o seu carro. Com o estado de direito em frangalhos depois de um colapso econômico global, não há muita gente para tentar impedi-lo de sequestrar e executar pessoas conforme o necessário. Toda essa violência também é útil para distraí-lo do vazio existencial causado por um mundo no qual não há a perspectiva de melhorias ou felicidade. Ou seja, são dois coelhos com uma cajadada só.
Eric conta com a ajuda de Reynolds (Robert Pattison), um jovem com necessidades especiais que ele toma como refém. Juntos, eles desfrutam de uma jornada na qual não precisam se preocupar com boletos e obrigações sociais, já que estão sempre focados em sobreviver ao próximo problema. É uma vida simples e sem grandes complicações. O segredo é adiar pelo maior tempo possível o inevitável momento no qual eles vão estar do lado errado de uma arma sendo disparada. Se apegar demais a entes queridos também não é recomendado.
4. Jogos Vorazes (2012)
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Em Jogos Vorazes, o governo do presidente Coriolanus Snow (Donald Sutherland) promove uma emocionante competição esportiva para inspirar a união entre os 12 distritos da nação de Panem. Como sinal de fidelidade, cada distrito envia dois jovens competidores para essas “olimpíadas”, e apenas um dos 24 sobrevive no final. Esse último detalhe parece radical, mas isso é importante para manter a população sob controle e para “deixarem o homem trabalhar”, evitando o surgimento de qualquer oposição ao governo.
Como nada é perfeito, o pobre e atrasado Distrito 12 resolve avacalhar e manda a confuzenta Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence) para o torneio. Ela não apenas estraga a saudável competição como também se torna uma má influência para os outros competidores e para a população em geral. Isso cria um grave problema para o presidente Snow, que agora precisa se livrar dessa erva daninha sem perder pontos de popularidade, que é o mais importante.
5. O Livro de Eli (2010)
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Semelhante ao mundo de The Rover: A Caçada, a ambientação de O Livro de Eli dá a seu protagonista a oportunidade de deixar uma trilha de corpos decapitados e membros decepados enquanto defende a mensagem de amor e fraternidade da Bíblia Sagrada (na versão conhecida como King James, que foi patrocinada pelo rei Jaime I). Os ensinamentos pacifistas do Nosso Senhor Jesus Cristo jamais impediram que seus seguidores derramassem litros e litros de sangue em seu santo nome (como nos bons tempos das Cruzadas e nos melhores momentos da Santa Inquisição), e não seria em um mundo pós-apocalíptico que isso deixaria de acontecer.
Eli (Denzel Washington) deve defender o poderoso livro dos interesses mesquinhos de Carnegie (Gary Oldman), um candidato a ditador que pretende fazer sua própria interpretação das escrituras para controlar as pessoas e acumular riqueza. É claro que isso não seria tão problemático assim, pois qualquer coisa defendida na palavra de Deus já está bem justificada, mesmo os trechos considerados “polêmicos” pelos infiéis (como podem ser visto aqui, aqui e aqui). Vale lembrar que é importante não apenas viver de acordo com as escrituras, mas também obrigar as outras pessoas a viver de acordo com elas.
6. Filhos da Esperança (2006)
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Depois que a humanidade perde a capacidade de se reproduzir, a maior parte da civilização entra em colapso, deixando a Inglaterra como um dos dois países que ainda possuem um governo central organizado. Felizmente, esse é um governo repleto de grandeza e com um pulso forte, que mantém uma política de tolerância zero com imigrantes ilegais. Os que são capturados com vida são devidamente alojados em jaulas e posteriormente executados, garantindo assim a ordem e o equilíbrio do tecido social.
Felizmente, países como os EUA e a Austrália já estão implementando parcialmente esses tipos de medidas no mundo real, como pode ser visto aqui e aqui.
Inclusive, o ideal seria que o mesmo tratamento fosse aplicado a pessoas que diferem demais da normalidade ou dos bons costumes, como ciganos, maçons, deficientes mentais, tatuados, albinos, vesgos, ruivos, deficientes físicos, irmãos gêmeos, rotarianos, botafoguenses, etc. Mais dicas aqui. A ideia é minimizar a diversidade de estilos de vida e de visões de mundo, o que tornaria a existência dos sobreviventes mais simples e agradável, pois não haveria ninguém para discordar deles.
7. Equilibrium (2002)
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Equilibrium é uma história futurista que alerta contra os perigos do excesso de liberdades. A sociedade perfeita de Libria é ameaçada quando um de seus Clérigos, John Preston (Christian Bale), para de tomar o medicamento obrigatório que inibe quaisquer sentimentos na população. Ele passa a ajudar um anárquico grupo de rebeldes, e cabe a seu colega Andrew Brandt (Taye Diggs) tentar salvar o dia e impedi-lo.
A volta dos sentimentos pode levar a população a recair em costumes imorais ou desnecessários para o bom funcionamento da economia e da sociedade, como frequentar bares durante a noite, pular Carnaval, fazer sexo por puro prazer (ou, até mesmo, antes do casamento), falar palavrões, ouvir música alta, apreciar artes, consumir bebidas alcoólicas, falar mal de políticos, acompanhar futebol, beijar na boca, dançar e, como óbvia consequência de tudo isso, praticar a sodomia e a felação. É provável que também voltariam os problemas dos homens travestidos e das mulheres dirigindo carros.
8. Matrix (1999)
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Matrix mostra mais um exemplo de sociedade perfeita que está sob a ameaça de rebeldes irracionais. Ao invés de agradecerem pelos cuidados recebidos do sistema computacional conhecido como Matrix (que age como uma espécie de pecuarista para a humanidade), os citados rebeldes elegem o falso messias Neo (Keanu Reeves) para liderá-los contra as benevolentes máquinas.
É impossível entender o porque desses rebeldes preferirem abandonar uma realidade virtual quase perfeita para viverem em mundo real feio e destruído. A ilusão oferecida pela Matrix é muito mais confortável e recompensadora, e a única coisa que eles precisam fazer para desfrutar dela é aceitar os limites impostos sobre seus pensamentos e liberdades. É uma vida tão confortável quanto a dos animais em uma fazenda, cuja única preocupação real só ocorre no rápido momento do abate.
9. Gattaca: A Experiência Genética (1997)
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No mundo de Gattaca, uma boa parte das pessoas é fruto de engenharia genética, o que já lhes garante tanto a ausência de defeitos quanto as características necessárias para que exerçam um emprego pré-estabelecido. As pessoas que são “produzidas” de forma “orgânica” são chamadas de “in-válidas” e consideradas arriscadas demais para exercerem empregos de alta complexidade. Porém, Vincent Freeman (Ethan Hawke) é um jovem e inteligente zelador “in-válido” que tem o sonho impossível de ser astronauta.
Ao invés de se relegar a sua inferioridade e aceitar as limitações de seu destino, o jovem parte para o mundo do crime e tenta montar uma elaborada fraude para burlar o sistema meritocrático em vigor. Ele não entende que algumas pessoas são simplesmente melhores que as outras, e que as vidas e opiniões dos “válidos” são mais importantes que as vidas e opiniões dos “in-válidos”. Mas como não poderia deixar de ser, o braço forte da lei está em seu encalço e não será tão fácil assim para ele realizar seu sonho.
10. Brazil: O Filme (1985)
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Nessa leve e divertida comédia, embalada pela melodia de Aquarela do Brasil, depois que os órgãos de repressão de um Estado totalitário matam um homem inocente ao invés de um terrorista procurado, o burocrata Sam Lowry (Jonathan Pryce) é encarregado de corrigir um grave problema: o falecido não é capaz de receber o reembolso pela equivocada sessão de tortura que o levou à morte. Porém, o exemplar funcionário é aliciado por elementos subversivos e passa a agir contra a repressão. Graças a Deus, tudo se resolve e o filme tem um final feliz.
Distopia, s.f.
Demonstração hipotética de uma sociedade futura, definida por circunstâncias de vida intoleráveis, que busca analisar de maneira crítica as características da sociedade atual, além de ridicularizar utopias, chamando atenção para seus males.