Crítica: Abaixo de Zero
Bajocero, Espanha, 2021
Suspense de ação não é nada impressionante, mas é bom o suficiente para passar o tempo
★★★☆☆
Abaixo de Zero é um suspense de ação que preza muito mais pelo suspense do que pela ação. E isso é mais do que o suficiente. Graças a uma abordagem realista, a narrativa mantém a atenção do espectador até nas cenas que servem apenas para introduzir os personagens, conduzindo-o pela realidade específica daqueles policiais e presidiários. A partir do momento no qual o transporte da polícia é atacado, o nível de tensão se mantém alto até o final do filme.

A história apresenta algumas surpresas boas o suficiente para manter o espectador interessado, apesar de não ser nada muito impressionante. O grande trunfo de Abaixo de Zero é conseguir se manter relativamente imprevisível enquanto faz uso de vários dos clichês do gênero. Mesmo quando eles finalmente entendem o porquê de estarem sendo atacados, isso apenas gera mais questionamentos, que vão sendo lentamente solucionados. A explicação também não é nada especial (chegando a ser um pouco mais chocante e perturbadora do que o necessário), mas é a típica motivação que se encontra nesse tipo de filme.
A ação em si ocorre em pequena escala e está longe de ser o prato principal da produção. Uma boa parte dela se passa no interior do caminhão e não dá espaço para cenas visualmente estimulantes. Esse minimalismo ajuda a manter o senso de realismo, mostrando que são apenas alguns caras desesperados presos em um caminhão e sem saber o que fazer.
Com arcos dramáticos bem previsíveis, mas muito bem executados, Abaixo de Zero é mais um interessante suspense espanhol que merece ser conferido, nem que seja para passar o tempo. A trama não é tão elaborada quanto a de Origens Secretas (crítica aqui) ou dos filmes da Trilogia de Baztán, mas o suspense é bom o suficiente para justificar a produção e agradar aos fãs do gênero.







