Lista de Filmes: das boas ações


Há muito tempo, em uma galáxia muito, muito distante, criei a primeira versão desse blog e comecei postando uma lista dos melhores filmes que havia assistido no ano anterior. Nos meses seguintes, ainda postei diversos textos e críticas, mas, por falta de tempo, tive que deixar essas postagens de lado. No início de 2015, ainda pensei em postar uma lista com os melhores filmes que assisti em 2014, mas o tempo estava puxado mesmo. Agora, me encontro mais uma vez com uma razoável quantidade de tempo livre e resolvi dar sequência nessas dicas. Sim, são dicas de filmes; em nenhum momento quero passar a impressão que são análises técnicas e/ou profundamente embasadas sobre a 7ª arte (provavelmente, nem deveria estar usando a palavra “crítica” em alguns dos textos, mas é o que tem pra agora).

Vamos começar com os melhores filmes de ação que assisti nesse meio tempo. Nos próximos dias, vou postar sobre outras categorias.

Mad Max: Estrada da Fúria

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A essa altura do campeonato, se você ainda não assistiu Mad Max: Estrada da Fúria, já deve estar de saco cheio de ouvir falar sobre ele. Mas vamos falar um pouco mais.

A palavra central aqui é ritmo. Esse é o grande trunfo de Estrada Fúria e um dos principais aspectos que o diferencia dos outros filmes de ação. O ritmo genuinamente alucinante do início ao fim, com breves e raras pausas para respirar, o torna uma experiência cinematográfica única. Ao contrário de outros filmes com ação alucinante, Estrada da Fúria praticamente não perde tempo explicando o mundo no qual a estória está inserida ou mesmo a motivação dos personagens; esses detalhes vão sendo apresentados organicamente ao longo da ação, o que, em conjunto com os acontecimentos apresentados e suas possíveis consequências, ajuda a manter o espectador em constante estado de tensão. Mesmo filmes de super-heróis, que partem da premissa de que o espectador já conhece o ambiente e os personagens, não conseguem ser tão econômicos em seus momentos expositivos, sempre gastando no mínimo uns 20 minutos para explicar a premissa básica da estória.

Mas não é o ritmo sozinho que faz de Estrada da Fúria um dos maiores filmes de todos os tempos. Pra começar, o visual é de tirar o fôlego, tanto nas paisagens (que representam o deserto australiano, mas que foram filmadas na Namíbia) quantos nas cenas de ação em alta velocidade, capturadas, editadas e enriquecidas com efeitos visuais com uma maestria dificilmente vista no cinema ou em qualquer outra mídia. Apesar de tudo isso, o filme ainda acha espaço para construir um mundo fantástico e desenvolver seus personagens de maneira digna, ao mesmo tempo em que passa diversas mensagens através de uma boa quantidade de simbolismos (como a Cidade da Gasolina, a Fazenda de Balas, os Garotos de Guerra Meia-Vida, etc). Protagonizado por Max e pela Imperator Furiosa, o filme gira em torno da fuga dessa última do domínio de um ditador (Imortan Joe) que controla o acesso a água no meio do deserto, levando com ela as mulheres que ele mantém como escravas sexuais. E Furiosa é outro dos pontos fortes do filme, podendo ser considerada a melhor heroína de ação apresentada no cinema desde Ellen Ripley.

Alguns dos filmes a seguir, dentre outros (como os incríveis Pura Adrenalina, Victoria e Hardcore: Missão Extrema), são muito bons no quesito intensidade, mas nenhum deles chega perto de Estrada da Fúria, o mais obrigatório dos filmes de ação.

Missão Impossível: Nação Secreta

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Missão Impossível: Nação Secreta seria o melhor filme de ação de 2015, superado apenas por Mad Max: Estrada da Fúria. Nação Secreta superou inclusive 007 contra Spectre, que era um dos mais aguardados do ano mas que foi uma razoável decepção. O caricato agente secreto de Tom Cruise superou James Bond em todos os aspectos possíveis, não se levando tão a sério e subindo o nível da ação e do humor, para completo deleite do espectador.

Impressionantemente, Nação Secreta talvez seja um dos filmes mais inteligentes da franquia, e com certeza é o que tem o melhor vilão. A inteligência aqui não está nos recursos do roteiro para colocar Tom Cruise em cenas de ação tão absurdas quanto divertidas, ou mesmo nas cenas de ação em si, mas sim na composição e nos relacionamentos entre os personagens. Solomon Lane não é apenas o vilão mais desafiador já enfrentado por Etha Hunt, mas é também um contra o qual Hunt parece não ter a menor chance. Repetidamente manipulado e derrotado, Hunt não pode depender apenas de correr, atirar e bater em bandidos para realmente superar Solomon Kane, culminando em um dos clímax mais satisfatórios de toda a franquia. Diferentemente dos outros, o duelo final é muito menos físico e mais psicológico, o que torna a vitória muito mais absoluta. Palmas para os roteiristas.

O outro personagem que eleva o nível de Nação Secreta é Ilsa Faust, interpretada por Rebecca Ferguson. Além de manter o espectador em suspense durante todo o filme sobre em qual lado ela realmente está, Faust se mostra uma heroína de ação que não deve nada para o Hunt de Cruise, e é uma coadjuvante que poderia a qualquer momento tomar sozinha as rédeas do filme. Poderia assistir essa parceria em mais uns 2 ou 3 filmes, o que realmente espero que aconteça.

Vale notar que tanto em Mad Max: Estrada da Fúria quanto Missão Impossível: Nação Secreta temos um par de protagonistas de sexos opostos que no final não se envolvem romanticamente, não seguindo uma das regras mais sagradas do bons e velhos filmes de ação. James Bond vai ficando cada vez mais atrasado.

Star Wars: O Despertar da Força

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O novo capítulo dessa absurdamente amada franquia (sério mesmo, George Lucas ficou BILIONÁRIO com esses filmes) pode não ser necessário, mas é muito bem vindo. A verdade é que a trilogia original sempre foi muito datada, enquanto a trilogia lançada na década passada também foi baseada em ideias já sem muito apelo, vindas de George Lucas. Dez anos e uma aquisição pela Disney depois, temos aqui a visão de JJ Abrams, trazendo a franquia para o século XXI com toda pompa e circunstância que ela merece.

Mantendo o clima de aventura da trilogia original, O Despertar da Força é capaz de divertir qualquer “principiante” e emocionar os velhos e novos fãs da franquia. Batalhas aéreas, duelos com sabre de luz, fugas alucinantes, vilões fanáticos, reviravoltas dramáticas, está tudo lá, mas com uma roupagem bem mais moderna e uma linguagem atual. Inclusive, esse é mais um filme dessa lista que tem uma mulher forte dentre os protagonistas, o que mostra que isso está se tornando muito mais tendência do que exceção (ou assim eu espero).

Alguns outros

Desde que escrevi a primeira lista de melhores filmes, já assisti e escrevi sobre alguns outros ótimos filmes de ação. Finalizo deixando os links para o que escrevi sobre eles:

No Limite do Amanhã
Operação Invasão 2
Expresso do Amanhã
Planeta dos Macacos: O Confronto

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