10 Dicas Para Lidar com a Fadiga do Isolamento Social (e com a ansiedade em geral)


A fadiga causada pelo isolamento social (ou fadiga da quarentena, veja aqui e aqui) pode fazer com que todo esse esforço seja menos eficaz do que o esperado. Como evitar isso?

1. Escute os sentimentos negativos

Em primeiro lugar, é bom lembrarmos que as emoções negativas, como a fadiga, exercem funções importantes em nossas vidas. Assim como a dor física, elas indicam que há algo de errado em uma situação e que devemos tomar alguma medida para alterá-la. Nesse vídeo, o psiquiatra Daniel Martins de Barros diz:

As emoções negativas são alarmes. São coisas que incomodam para sinalizar: olha, isso é perigoso, isso é melhor ser corrigido, isso faz mal, saia dessa situação, esse tipo de coisa. Agora, se você desliga o alarme de uma UTI, a UTI se torna um lugar muito pacífico, tranquilo, sem aqueles apitos, etc. E você perde todas as informações. A mesma coisa vale para as emoções. Se a gente [se livrar da tristeza e da ansiedade], perde-se uma informação muito importante para a sua vida e para as suas relações. As emoções também são instrumentos de comunicação muito importantes.

2. Lembre-se de que você não pode controlar o comportamento de outras pessoas

Em segundo lugar, é bom lembrar que é praticamente impossível controlarmos o comportamento de outras pessoas. Esforços nesse sentido nos levam, na maioria das vezes, ao fracasso e à frustração. Durante essa pandemia, é natural ficarmos ansiosos devido ao comportamento descuidado tanto de pessoas próximas quanto de completos estranhos, mas há muito pouco que podemos fazer em relação a isso. Uma vez que tentamos conscientizá-las sobre os riscos (inclusive, repetidamente) e incentivá-las a ter um comportamento mais seguro, devemos ter a tranquilidade de aceitar que fizemos tudo o que podia ser feito e que as outras pessoas precisam aceitar a responsabilidade pelo comportamento delas.

3. Foque no controle do seu próprio comportamento

O único comportamento que você tem o poder de alterar completamente é o seu próprio. Você é o maior especialista em você mesmo e é você quem sabe quais técnicas de autocontrole vão funcionar melhor. Inclusive, uma das formas de incentivar as outras pessoas a alterarem seus comportamentos é alterando o seu próprio. O autocontrole te dá o poder de liderar pelo exemplo.

4. Lembre-se que o momento negativo não dura para sempre

Quando estamos presos em um ciclo de emoções negativas, ele parece não ter fim. Todos os outros aspectos das nossas vidas, sejam positivos ou negativos, ficam em segundo plano. Nosso mundo parece se reduzir ao que é ditado por aqueles sentimentos. Têm-se a sensação de que aqueles são os únicos sentimentos possíveis. Mas não são. A vida é composta por altos e baixos, e nada dura para sempre. Mesmo que esses vários meses de isolamento social pareçam não ter fim, em algum momento eles não serão nada mais do que memórias distantes. E, mesmo durante o isolamento, você não está o tempo inteiro com o mesmo nível de preocupação e ansiedade. Sempre existem os momentos mais leves.

5. Aproveite os momentos de estabilidade para se preparar

Imagine que existam duas versões de você: uma calma e estável e outra ansiosa e instável. A primeira consegue realizar as atividades diárias com certa facilidade, enquanto a outra luta apenas para começar a fazer qualquer coisa. Por mais que você não queira que a versão ansiosa e instável exista, ela faz parte de você. Como lidar com isso? Uma das formas é a seguinte: faça com que a versão calma e estável “prepare o terreno” para a chegada da versão ansiosa e instável. Ao invés de apenas tentar fazer o máximo possível durante a estabilidade, utilize essa fase para facilitar a vida e os afazeres da sua versão instável, de forma que mesmo ela consiga ser produtiva. Estabeleça uma rotina, trace planos fáceis de serem executados e metas fáceis de serem atingidas. Tente deixar o trabalho mais pesado para sua versão estável e o mais leve para a mais ansiosa.

6. Conheça os seus limites

Na hora de estabelecer metas, esteja ciente das suas limitações. Essa situação de isolamento social não é normal, então não seria razoável esperar que a sua produtividade seja igual a que você tinha anteriormente. Essa é uma situação longa e cansativa, e uma das formas de nos adaptarmos a ela é aceitando o que podemos e o que não podemos fazer. Estabelecer metas demasiadamente altas pode ser o primeiro passo para acabar caindo em um novo ciclo de ansiedade e frustração.

7. Controle a quantidade de notícias que você consome

A informação útil é aquela na qual você pode basear alguma ação ou algum ponto de vista. Qual a utilidade de saber cada mínimo detalhe sobre a evolução da pandemia em tempo real? Quais ações você pode tomar com base em todos esses dados? O excesso de informações pode aumentar a ansiedade e a sensação de impotência diante dessa crise. O ideal é que você estabeleça uma “dieta” de notícias que o mantenha bem informado e que, simultaneamente, evite que você fique obcecado pelo tema.

8. Realize coisas, complete tarefas

Uma das formas de se lidar com a fadiga causada por uma situação monótona e repleta de incertezas é realizando pequenas conquistas, seja diariamente, semanalmente ou mensalmente. Os objetivos alcançados te darão a correta impressão de que as coisas estão andando, de que a vida está seguindo em frente. Você pode começar lendo algumas dicas sobre como evitar a procrastinação.

9. Se possível, medite

Muitas pessoas acham que a prática da meditação não é para elas, mas o simples ato de respirar profundamente por alguns momentos pode reestabelecer o equilíbrio no seu corpo e diminuir o estresse e a ansiedade. Isso é mostrado no terceiro episódio da série Explicando: Coronavírus, disponível no Netflix, que fala sobre os problemas mentais causados pela pandemia e como lidar com eles:

Um cérebro estressado tem uma única prioridade: nos preparar para lutar ou fugir. Para lidar com isso, podemos convencer o cérebro de que estamos a salvo, e o jeito mais fácil de se fazer isso é… respirando. Normalmente, é seu cérebro quem decide quando é seguro relaxar. Mas, ao respirar fundo, recebemos uma mensagem de segurança e nossos nervos parassimpáticos ficam mais ativos. É como enganar o sistema, forçando-o a retomar o equilíbrio. (…) A respiração controlada fica mais fácil com a prática. Assim como treinamos músculos, podemos deixar o nosso sistema nervoso mais forte.

Para quem se interessar, é possível encontrar no YouTube muitos vídeos com músicas que auxiliam no relaxamento meditativo. Um exemplo:

10. Desenvolva a sua inteligencia emocional

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Todas as dicas anteriores envolvem, em algum nível, a aplicação da sua inteligência emocional, que é a sua capacidade de entender suas emoções e lidar com elas de forma equilibrada, sem reagir irracionalmente. Esse talvez seja o mais importante tipo de inteligência que um ser humano pode ter, pois uma pessoa com um alto nível de inteligência emocional também tem um alto nível de controle sobre o próprio comportamento e sobre a própria vida. Comece pela leitura do seguinte artigo: 10 princípios psicológicos para desenvolver sua inteligência emocional.

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